Pensamento do dia:

sábado, 23 de novembro de 2013

"Quem não tem 'Teto de Vidro' que atire a primeira pedra..."

O ano era 2003. Começávamos a ouvir um som diferente que chamava a nossa atenção, pela fúria e verdades expressas em suas letras. Por causa de nossa religiosidade latente, o ruminar desse som, dessa canção ficava guardado para o oculto, onde os olhos e ouvidos de nenhum religioso poderiam alcançar. Havia no meu meio, alguém que conseguia enxergar aquilo que demorei anos para ver. Uma das canções era 'Teto de Vidro' da Pitty.

"Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra
 

Andei por tantas ruas e lugares
Passei observando quase tudo
Mudei, o mundo gira num segundo
Busquei dentro de mim os meus lares
 

E aí, tantas pessoas querendo sentir sangue correndo na veia
É bom assim, se movimenta, tá vivo
Ouvi milhões de vozes gritando
E eu quero ver quem é capaz de fechar os olhos
E descansar em paz...

Na frente, está o alvo que se arrisca pela linha
Não é tão diferente do que eu já fui um dia
Se vai ficar, se vai passar (Não sei!)
E num piscar de olhos, lembro tanto que falei, deixei, calei
E até me importei, mas não tem nada, eu tava mesmo errada
Cada um em seu casulo, em sua direção, vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião
Mas isso não é uma questão de opinião
E isso é só uma questão de opinião...
"


Me lembro que nessa época muitos dissertavam sobre a espiritualidade de Pitty. Enfim, seja qual tenha sido, acredito que nos termos que ela colocou, a expressão ficou famosa. Mas, para quem conhece uma das histórias narradas nos evangelhos sobre a vida de Jesus, consegue fazer a mesma alusão que eu faço quando penso nessa canção.


A PONTO DE SER APEDREJADA

"Jesus retirou-se para o monte das Oliveiras, mas logo voltou para o templo. O mundaréu de gente estava à sua volta, e ele se sentava e começava a ensiná-los.

Os mestres religiosos e os fariseus apareceram com uma mulher que fora apanhada em adultério. Eles a puseram à vista de todos e disseram: “Mestre, esta mulher é adultera, foi apanhada em flagrante. Moisés, na Lei, ordena o apedrejamento de quem comete esse crime. O que o senhor diz?”. Eles tentavam apanhá-lo numa armadilha. Queriam induzi-lo a dizer algo incriminador, que pudessem depois usar contra ele.

Jesus limitou-se a ficar escrevendo com o dedo na terra. Mas eles não desistiram. Por fim, ele se levantou e disse: “Quem de vocês não tiver pecado seja o primeiro a atirar a pedra”. Encurvando-se novamente, continuou a escrever na terra.

Ouvindo isso, eles começaram a deixar o local, um após o outro, a começar pelos mais velhos. A mulher foi deixada ali. Jesus levantou-se e perguntou: “Mulher, onde eles estão? Ninguém condenou você?”

“Ninguém, Senhor”, foi a resposta. “Nem eu”, disse Jesus. “Siga seu caminho. Mas, de agora em diante, não volte a pecar”.
"

João 8.1-11

Poderia fazer vários comentários, mas como tenho aprendido a Palavra por si só já basta! Não necessita de interpretações humanas. É claro que existem momentos para tudo. Dizer que não devo julgar para não ser julgado, seria fazer o mesmo que todos fazem. Por isso, não quero mais dizer para alguém que ela deve ou não fazer algo, por que posso ser reprovado.

Mas quando penso nisso que aconteceu e ainda acontece, eu percebo o quanto estamos distantes do evangelho de Jesus, pois sabemos somente o que devemos fazer quando alguém fizer algo de errado. Nos lembramos sempre do tempo da Lei e nos esquecemos de Jesus. Precisamos ler mais sobre Ele, para saber como agir e reagir.

"Mas isso não é uma questão de opinião...
E isso é só uma questão de opinião..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário