Para muitos a excêntrica cantora, compositora e multifacetada artista Lady Gaga, não passa de uma louca. Mas o que ela teria para nos ensinar?
Ontem, li no site POPLINE que Gaga tentou impedir o suicídio de um fã seu brasileiro, homossexual com mensagens em sua rede social:
"Não se atreva a se matar. Olhe para esse rosto lindo! Toda tristeza pode mudar. Mas você precisa trabalhar para isso. Converse com aqueles que te apoiam... Nós PRECISAMOS DE VOCÊ. Eu preciso de você. Sem você, eu perderia parte do meu coração. Outras pessoas às vezes podem não ter compaixão. Não se sinta mal, sinta-se mal por eles."
E após ler isso, encontrei a seguinte postagem da Carla Stracke, no Gospel Prime. Segue o texto dela na íntegra:
No início de 2014 a seguinte notícia repercutiu na mídia: Lady Gaga envia recado para fã e evita que ele cometa suicídio. Resumindo o conto, um adolescente homossexual fã de Gaga escreveu uma carta dizendo que não aguentava mais viver, pois sua família e amigos não aceitavam sua homossexualidade e que sua mãe evangélica o xingava e o tratava como endemoniado e condenado ao inferno.
Ele participa do fórum criado por Gaga chamado Little Monsters, como Gaga chama seus fãs, onde seus admiradores se comunicam entre si e também com a cantora que se auto intitula como Goddess of Love (Deusa do Amor). Pouco depois da publicação do garoto, Gaga se prontificou em animá-lo e valorizá-lo para que assim ele não se matasse.
Por curiosidade visitei esse fórum e li alguns recados semelhantes ao desse garoto: homossexuais com sérios problemas emocionais e familiares descrevendo que a rejeição que sofriam tinha como origem um discurso religioso e condenatório. Não pude deixar de me lembrar de uma conversa que participei na época dos Felicianismos e cura gay, onde me disseram:
- Os evangélicos são intolerantes e tem o Feliciano dizendo que resolve gayzices com sessão de descarrego na igreja dele. Isso é um absurdo!
Eu ali só observando o decorrer da conversa e como me enlataram na visão Felicianence, virei calmamente e disse:
- Vamos lá então. Fulano você tem 2 filhos pequenos, imagina quando eles crescerem e se declararem a você como homossexuais, o que você faria?
Esse pai então me disse: Não aceitaria de jeito nenhum, os expulsaria de casa, seria uma vergonha para a família.
BINGO! A própria pessoa que estava generalizando minhas atitudes sem nem saber minha opinião, mas acha que somente 1 líder poderia me representar, simplesmente apresenta um preconceito tão igual à homofobia evangélica que tem sido tão explorada pela mídia.
O ser humano tem uma capacidade incrível de querer ser cool e jogar toda culpa na religião sendo que pessoas que não estão nem aí para Deus têm o mesmo preconceito que os religiosos.
Um garoto homossexual que conheço um dia se injuriou e disse: Estou cansado das pessoas da igreja olharem para mim com cara de dó e dizerem: nós te amamos, mesmo você sendo assim. Assim como? Por acaso eu tenho uma doença contagiosa? Matei alguém? Não preciso de migalhas de amor mascarada de falta aceitação só porque é dever cristão amar ao próximo! Ah! Jesus me aceita como eu sou, e nós, filhos deles, feitos a sua imagem e semelhança, só aceitamos o próximo se ele se encaixar em nossos moldes morais. Que exemplo temos sido ao adorar a Deus e amaldiçoar os filhos?
Voltando à Gaga, o que mais despertou a atenção foi a sinceridade dela, a exposição de um coração sincero preocupado com a dor daquele garoto. Não estou vangloriando ninguém, porém reconheço que em uma mensagem ela salvou uma vida e fez esse garoto se sentir tão amado e importante.
Enquanto nossa contradição entre crer e fazer for tão latente, Deus continuará levantado pessoas ‘improváveis’ que tem o dom de mostrar mais amor do que nós!
Nota:
* o foco desse texto é a atitude de Gaga com esse garoto e não seus shows e expressões artísticas.
** a intenção desse texto é realmente sobre o amor ao próximo e nossa deficiência em saber lidar com situações delicadas que envolvem conduta, moralismo e superação de valores terrenos por valores do reino.
*** a intenção não é focar na homossexualidade e nem a base bíblica sobre isso, ou levantar discussão sobre o Feliciano. Esses assuntos serviram como enredo para nossa reflexão comportamental.
'cause God makes no mistakes...