Eu acredito nisso, mas não limitado a gêneros marginalizados pela sociedade, mas a responsabilidade que deve sobrecair sobre todos.
Ela era uma pessoa na presença do seu marido.
Outra para o: esposo / noivo / namorado / ficante... ou como preferir chamar.
Mas quando os olhos destes não a viam, ela era outra.
Se transformava, se transvestia em outras.
Se não bastasse ser uma, ela era várias vivendo dentro da mesma.
Não era uma questão patológica ou psicológica de múltiplas personalidades, mas sim de uma mulher que olhava o mundo de formas diferentes.
Por ter sido muito reprimida e abusada quando não podia se decidir pelo que queria, ele se privou muito, não mais do que outras para não gerar a famosa rivalidade feminina.
Ela não atuava, apenas liberava uma personalidade para cada pessoa com quem se relacionava.
Era a frágil e deprimida quando estava com seu marido.
Frigida ao ponto de não ter mais relações.
Era a cadela para aquele que fingia também ter outra vida.
Uma puta para um.
Uma amante para outro.
Uma donzela indefesa para o lobo mal, que mesmo com medo de ser devorada, a adrenalina que sentia sempre que estava diante dos machos, a faziam ser o que ela pensava que gostava de ser.
No fim das contas, sua cabeça comportava muitas vidas paralelas, que como uma agente secreta, ela conseguia ser plena em todas.