Mas com que propriedade
Vai ver que o infeliz dessa história toda,
E no final...
Ele deu tudo que pode
Tudo que tinha
Tudo que sentia
Se alguém recebeu
Tomou algum benefício
Por mais que espere pelos louros em vida
Não lhe cabe mais
A gente dá o que tem
Compartilha o que recebe
E se desgasta esperando algo em troca
mas o Natal está meio amargo esse ano pra mim.
Não sinto cheiro e gosto,
então deve ser por isso que está tudo tão ruim.
Me sinto bem alheio a tudo.
Faço o básico, o mínimo para não dizer nada.
Espero que essa inhaca saia logo.
"Sempre precisei de um pouco de atençãoAcho que não sei quem souSó sei do que não gostoE destes dias tão estranhosFica poeira se escondendo pelos cantos"
- O teatro dos vampiros, Legião Urbana (1991)
Carta aos companheiros de escrita:
Escrevo efetivamente, desde 2012.
E com o advento das redes, sinto que nos tornamos alienados, burros e bobos.
Acredito que um dia, mesmo sem mais vida, nossa escrita será apreciada por alguém.
Não que isso seja o mais importante, mas quem escreve, sempre espera algum tipo de apreciação ou admiração.
Um desencontro?
Um reencontro?
Um desencontro num encontro?
Não sei.
Só sei que, em uma pequena fração de segundos,
Tudo mudou.
O que era,
Já não é mais.
E no final das contas,
Sou apenas eu,
Um bisbilhoteiro da vida alheia.
Acho que vou fazer mais disso,
Sair por aí observando o comportamento humano,
como se eu fosse algum tipo de especialista ou pesquisador.
Sendo que, não passo de um romeiro dos meus erros e sentimentos frouxos,
Um mero egoísta que carrega seus escritos como se fossem tesouros preciosos demais.
Mais louco.
Sempre se reprimiu.
Muito mais do que já fora.
Hoje, culpa todo seu cansaço e relapso, a amplificação da sua dor, que insiste em chamar de fibromialgia...
Talvez seja mesmo ela a culpada de todo esse seu dissabor...
Agora, entende porque alguns escritores escrevem em cafés ou em lugares abertos, com pessoas em movimento...
Pois no silêncio não se ouve a voz da multidão, não dá para criar muitas coisas baseadas nas cenas ao vivo...
Há apenas o vazio em mergulhar bem fundo para encontrar em si uma pequena fagulha de inspiração.
Com fones de ouvido, consegue ouvir alguma coisa, mesmo que sua atenção esteja focada em ouvir seus pensamentos quando estão produzindo...
Quem sabe o que pode surgir disso? Um livro? Talvez mais um para a sua coleção...