Como eu tenho
muita vergonha
de algumas coisas,
Ver algumas pessoas
fazendo essas
e outras coisas,
Me faz pensar:
se eu estou
me prestando a esses papéis...
muita vergonha
de algumas coisas,
Ver algumas pessoas
fazendo essas
e outras coisas,
Me faz pensar:
se eu estou
me prestando a esses papéis...
À uma encomenda ansiada
Tudo se torna um tormento
Parece que quanto mais quer algo
Mais aquilo se afasta de você
Não deveria ser ao contrário essa tal lei da atração?
Enquanto eu espero
Tudo tende a me irritar e tirar a paciência
Estou mesmo num limbo
Nem mesmo a escrita me pertence mais
Meu Zé do passado
Que sozinho sofria
Sucumbia
E que não tinha voz ativa
Esse livro é para o meu pequeno Zé,
que tinha medo e ainda tem,
mas que o Zhé adulto o defende com unhas e dentes.
É como se fosse um perdoar a minha criança interior
Pela culpa que ela carregou e sentiu
Fica sem medidas
Se torna um vício
Uma busca insaciável
Se busca tanto
Que chega a questionar
o que efetivamente busca
Espera um suporte
Espera uma ajuda
Mas quando ela vem
Nem se atenta
Que ela já chegou há tempos
Quanto para quem está do outro
Você se ilude
Se convence
Te convencem
Você também tem sua cota de culpa
Acho que é por isso que eu não gosto do pitaco alheio
sobre as minhas coisas.
Pois a pessoa não viveu o que eu vivi.
Então, a mesma regra deve ser a minha
para a vida alheia.
O que me incomoda no outro,
certamente é algo que falta em mim.
E não podemos esquecer,
que o outro vê aquilo que não conseguimos enxergar.
Isso precisa ser valorizado.
quando este já foi motivo de vergonha,
é algo palatável?
É bem visto ou aceito,
sem ofender ninguém?
Quando era chacota, odiava isso,
mas depois que se entende e se aceita,
o que era inaudível, se torna algo amigável
e bem recebido, pelo menos no gueto.