Sobre o olhar dele...

Ele olha mesmo

Até um dia levar um fecho

Ele é atrevido

Pensa que sabe falar com os olhos

Mas seus olhos

devem emanar uma energia devastadora

afastadora de pessoas

Pois ao invés de aproximar

Aconchegar 

Seus olhos mais repelem

do que querem

Mercúrio retrogrado atrasado? [Sobre a minha escrita…]

Às vezes, sinto que ouço vozes na minha mente
Que sopram aquilo que escrevo

Como se eu tivesse vivido anteriormente o que escrevesse

E se repetisse novamente nesse exato momento

Não como um "déjà vu",

Mas como uma "répétition"

Quero tanto ser notável 
Importante
Que as vezes me esqueço de ter valores
De ter pudores

Ao invés disso,
Parece que o que mais tenho, é medo

Um medo que não consigo encontrar
Base
Fonte
Ou razão

Por ter essa necessidade intrigante de ser
Estar
Parecer

Permanecer
Ficar e continuar invisível

Não faz sentido com meu signo
Algo está errado no meu mapa
Mercúrio retrogrado está uns bons anos bem atrasado

O fogo de palha...

Ele provoca,

incita,

excita...

E depois...

não quer mais.

Essa indecisão e incerteza,
Faz mal... muito mal!

Será que ele não percebe?

Percebe sim,
Pois é ele quem mais sofre.

O tempo nunca é perdido...

Até que esse tempo que eu achei que seria perdido,
Me rendeu alguns escritos.

Obrigado Deus por ter visão,
Audição,
Tato,
Olfato,
Paladar...

Somos tão privilegiados
Que nos esquecemos de agradecer pelo simplório para não dizer básico...

Não sou professor ou ensinador,
Sou "sentidor" das energias que eu mesmo emano...

Reclamo sempre que queria ter mais amigos,
Sinto que sou o mais tóxico dos tórridos...

Sempre quero exigir mais do que ofereço,

Até eu sei que isso não está correto...

O que foi isso?

Um encontro?

Um desencontro?

Um reencontro?

Um desencontro num encontro?

Não sei.

Só sei que, em uma pequena fração de segundos,

Tudo mudou.

O que era,

Já não é mais.

E no final das contas,

Sou apenas eu,

Um bisbilhoteiro da vida alheia.

Acho que vou fazer mais disso,

Sair por aí observando o comportamento humano,

como se eu fosse algum tipo de especialista ou pesquisador.

Sendo que, não passo de um romeiro dos meus erros e sentimentos frouxos,

Um mero egoísta que carrega seus escritos como se fossem tesouros preciosos demais.

Apenas uma pensata...

Nesse último fim de semana, participei de mais um evento literário. Fico muito feliz em poder participar e me sentir parte deste movimento.

Estava programado para estar em dois dias, mas como eu sou desorganizado, entre outras coisas, não fui ao segundo dia. Um dos motivos para ter ido em apenas um dia de evento, é que sendo um autor independente, sem ajuda financeira de uma editora, todo custo de locomoção e alimentação, ficou por minha conta. E quando no final, você apenas fez um escambo de livros e não vendeu nenhum, pensa: por que voltar no segundo dia, se apenas tive custos?

Nesse segundo dia que não fui, recebi uma mensagem de alguém da região, que iria ao evento para me ver e comprar meus livros, e o que aconteceu? Perdi mais uma oportunidade.

 

Caros amigos escritores, aqui vai uma indagação minha para vocês: eventos de literatura, com apoio de prefeituras ou leis de incentivo, recebem uma verba, certo? Qual montante dessa verba? É baseada em custos com o evento em si? E parte deste custo, não deveria ou poderia ser uma ajuda de custo para autores independentes? Para alimentação ou transporte pelo menos?

O que pensam sobre?

A contabilidade da vida...

Tudo o que era para ser prazeroso

Tem se tornado oneroso

Não por preço,
por que tudo na vida tem seu custo,
mas por questões mais profundas, 
que não conseguimos mensurar

e devidamente classificar

A nossa contabilidade é sempre falha,
por mais que tentemos registrar todos os ativos,

passivos, receitas, despesas...

Lucros e prejuízos

O patrimônio nunca é líquido

E o resultado nunca é o esperado